Quando ganhei em meu aniversário de sete anos a botinha de couro, a pele mesma da onça, de tão maravilhado escalei as divisórias do guarda-roupas, lancei-me para cima, embrenhei-me na madeira, levantei-a ao mais alto até ficar certo que ela estaria protegida de um mundo do qual eu não sabia me proteger. Vez em quando repetia o percurso para me certificar de sua existência e de sua isenção. Outra vez a retirava de lá e calçava os pés para usufruir daquele bálsamo e me sentir insuspeitada e alegoricamente importante.
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